Recorded in 2019 on Estúdio Carolina by Kayan Guter and Angelo Wolf
Mixed on Estúdio Carolina by Angelo Wolf
Mastered by Léo Shogun
Produced by Pedro Fonte

Ana Frango Elétrico: Backing Vocals (1,3,4,7,8)
Angelo Wolf: Backing Vocals (2)
Antonio Neves: Trombone (3,4,8), Tumpet (8), pisto trombone (1)
Gabriel Loddo: Bass (1,2,3,7), Electric Guitar (4,8,) Clarinet, (1,3,4) Clarone (3,7), Cavaquinho (7)
Guilherme Lirio: Bass (4,8), Electric Guitar (1,2,3,5,7)
Gus Levy: Guitar (5), Backing Vocals (2,6), Rhodes (3), Co-production and voice coaching
Idjahure Kadiwel: Voice (7)
Iuri Brito: Guitar (7), Rhodes and effects (6)
João Werneck: Electric Guitar (1,2,3,4,7), Guitar (5) "viola de choco" (6)
Johanna Weglinski: Flute (1,4)
Karina Neves: Flute (1,4)
Kayan Guter: Guitar (8), backing vocals (2,8)
Mãeana: Backing Vocals (1,4,7)
Milton Guedes: Alto Saxophone (4,8)
Pedro Fonte: Drums, percussions, and lead voice in all tracks. Rhodes (7) Glockenspiel (3), Guitar (6)
Raquel Dimantas: Backing Vocals (1,3,4,5,7,8)
Rudah Guedes: Tenor Saxophone (4,8), Clarinet (4), horns and wind arrangements (1,3,4,8)
Thomas Jagoda: Rhodes (1,4,7,8), Hammond (4,6,7,8), Synths (2,7,8)
All songs by Pedro Fonte
Art Cover: Daniel Rocha and Vidi Descaves
Release por Marcelo Callado
"Fonte de luz.
Corta.

Escrevo esse texto à pedido do meu amigo músico, compositor e colega de instrumento, Pedro Fonte.
Escrevo em meio a uma pandemia, a maior crise mundial de saúde que assola nosso planeta em tempos.
Infelizmente, também escrevo perante a uma bagunça política em nosso país, (des)governado por um presidente genocida, psicopata e perverso, que frente `as mortes de milhares de indivíduos, tem a coragem de responder com um "E daí?"
Um cenário um tanto quanto cinzento e nublado para escrever sobre música.
Corta.

Conheci Fonte, há cerca de uns cinco anos atrás, por intermédio de um amigo comum, o também músico Caio Paiva. Eu e Caio capitaneamos um projeto de fabricação de uma coletânea em vinil de cinco bandas do Rio de Janeiro. O álbum ganhou o nome de "Xepa/Nata" e Pedro Fonte defendia habilmente a bateria de duas bandas: Os Dentes e Exército de bebês. A partir dali não só comecei a acompanha-lo de perto, e admira-lo como excepcional músico que de fato é, mas também tivemos o prazer de dividir o palco várias vezes, tocando juntos.
Corta.

Como baterista que também compõe, e que também se arrisca a tocar outros instrumentos, tenho a sensação de que posso relatar bem o que Fonte deve ter sentido, ao realizar esse trabalho, e da importância que isso tem.
Nós que sempre ficamos sentados lá atrás, dando o ritmo e segurando o pulso da música, as vezes parecemos carecer de uma pouco mais de liberdade, como se existisse por dentro uma "comichão" que nos impulsionasse a querer saltar aquele "cercadinho" de ferragens. Não pelo instrumento em si, mas pela vontade de que em algum momento muitas das idéias sempre contidas ali na retaguarda, venham ganhar a frente do palco, o foco de luz. Que isso não pareça algo simplesmente egóico, mas sim algo necessário para a caminhada de cada um como ser, ou seja um movimento simplesmente de mudança de perspectiva.
Corta.

"Filme do tempo", como todo bom filme, não pode ser feito sozinho, necessita-se de uma equipe. Além de um bom roteiro, é máster que se possua uma boa direção, um bom elenco, uma boa direção de arte, um bom fotógrafo, bons câmeras, figurino impecável e etc, etc, para que o resultado fique lindão no cinemascope. Essa equipe toda se faz presente todo tempo nesse filme/disco. Cada um ajudando e colocando seu brilho pessoal, com maestria e doação ao trabalho do amigo. Ana Frango, Ana Cláudia, Raquel, Lírio, Lodo, Antonio, Rudah, Angelo, Gus, Kayan, João, Thomas, Iuri, Johanna e Karina; são um frescor de alegria e musicalidade nesses tempos. Um colírio para nossos ouvidos, um alívium para nossas almas.
Corta.

Há uns dois anos tive o prazer de dividir o palco com Pedro, e tocamos uma música de sua autoria no show da banda "Papai-mamãe" no Circo Voador. Lembro-me que adorei a música por que de cara me levava a um ambiente de clima solar, livre, solto, feliz, quase como que se estivesse correndo nos campos do filme "O Barato de Iacanga". A música se chamava "birds and flowers" e para minha surpresa não está no álbum, pois já fazia parte do último álbum d´Os Dentes. Tudo bem, não carecia mesmo.
A sensação que esse disco me traz com todas as oito canções compostas por Pedro Fonte ali contidas, é a mesma: há luz no fim do túnel.
Foi o que senti hoje ao escutar e sentar para escrever esse texto. Minha noite clareou.
Para (quase) citar algumas das letras contidas no álbum, nesse momento em que a solidão parece mais normal que nunca, tempo de escassos encontros, em que cada vez mais parecemos nos afastar da luz, o tempo, só o tempo e o "Filme do tempo" podem nos conduzir a ela, e realmente o fez, e o fará. Obrigado!
Corta.
Fim."

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