Projeto premiado pelo Edital Funarte RespirArte
Grande parte dos ritmos que conhecemos na música popular moderna nas Américas ganharam forma ao longo dos últimos séculos através da mistura de influências indígenas, europeias e principalmente da força rítmica africana. Em alguns casos é difícil traçar a origem ou uma linha do tempo exata da formação de gêneros musicais, em outros a história é muito bem contada com registros conhecidos. Independente das peculiaridades de cada caso, essa performance musical concebida por Pedro Fonte, visa contar as histórias e reverberar as semelhanças entre alguns ritmos e gêneros que se criaram nas Américas e também na África. Dividido em três atos, todos com ritmos típicos e fundamentais para a cultura brasileira, a performance narra através do foco nos instrumentos percussivos, as semelhanças e possíveis trajetórias desses ritmos que tem origem em comum ou apenas células rítmicas compartilhadas. Dentro da amálgama que criou o baião de Luiz Gonzaga podemos identificar ritmos latinos da América Central. Compartilhando uma origem em comum, o Ijexá, ritmo do candomblé brasileiro, e o afrobeat, criado por Fela Kuti e Tony Allen na Nigéria, conversam entre si com facilidade. E o Shuffle norte américano dialoga diretamente com a cadência ternária de dois ritmos também do candomblé brasileiro, o Alujá e o Barravento.